Perguntar ás crianças o que significa ser egoísta.
Depois explicar:
Comentar com as crianças:
Será que as pessoas são mais egoístas ou não?
Vocês conhecem pessoas egoístas?
E vocês?
Para entender melhor, vou contar a história:
A casa de Papa-Moscas ficava à beira de um enorme lago azul, cercado de árvores. Ele tinha, portanto, bastante água, boa sombra e linda paisagem. Que faltava ao Papa-moscas? Nada, dirão vocês. Pois estão enganados. O Papa-Moscas tinha de tudo, menos amigos. É lógico que todos os moradores da vizinhança o conheciam e o cumprimentavam de longe, e ele respondia cordialmente:
Depois explicar:
Egoísmo (ego + ísmo) é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. (Wikipédia).Ser egoísta é pensar mais em si mesmo. É achar que precisa ou merece mais que o outro. É se colocar a frente de qualquer pessoa.
Comentar com as crianças:
Será que as pessoas são mais egoístas ou não?
Vocês conhecem pessoas egoístas?
E vocês?
Para entender melhor, vou contar a história:
O Papa-moscas
Era
uma vez um sapo, que morava dentro de um sapato. Era muito feliz. Tinha tudo
que um sapo pode desejar. Aquele sapato velho era para ele um palácio. A sola
despregada servia de janela, que se abria e fechava à vontade do dono. A
abertura de cima servia de porta. Dentro do sapato, lá no fundo, havia um
pequenino guarda-comida, onde o sapo guardava uma porção de coisas gostosas:
minhocas, taturanas, miolinho de pão molhado e, principalmente, moscas, muitas
moscas. Por isso, ele se chamava Papa-Moscas.
A casa de Papa-Moscas ficava à beira de um enorme lago azul, cercado de árvores. Ele tinha, portanto, bastante água, boa sombra e linda paisagem. Que faltava ao Papa-moscas? Nada, dirão vocês. Pois estão enganados. O Papa-Moscas tinha de tudo, menos amigos. É lógico que todos os moradores da vizinhança o conheciam e o cumprimentavam de longe, e ele respondia cordialmente:
- Como vai a senhora D. Galinha? Tem passado bem, Senhor
Pardal? Salve peixinhos, como vão vocês?
Mas era só isso. E Papa-Moscas dizia:
- Minha casa é pequena, chega só para mim. Alem disso, eu
não preciso de ninguém. Tenho tudo, por isso não dou nada a ninguém. Não peço
nada, não dou nada!
Assim vivia nosso Papa-Moscas. Chegou o
verão e, naquele ano, o calor veio forte. O céu, muito azul, e um sol amarelo
brilhava o dia inteiro, com toda força. Nem uma gota d’água caia do céu. As
árvores verdinhas, que moravam há tanto tempo em volta do lago, começaram a
ficar fraquinhas, e as folhas foram ficando amarelas, até morrer. Morreu a
graminha, morreram as flores, a água secou e o lindo lago azul ficou
transformado num monte de lama. Todos os animais da vizinhança começaram a
ficar com medo. Não havia água para beber, nem graminha para comer, nem
minhocas, nem moscas, nada! Que fazer? Como alimentar os filhotes? O único que
não se preocupava era o Sapo Papa-Moscas.
Passava o dia cantando e tocando violinha, feliz da vida.
Para que se preocupar? O seu guarda-comida estava mais cheio do que nunca, e
debaixo do sapato havia um buraquinho cheio de água pura e boa para beber.
Os outros bichos sabiam que Papa-Moscas
tinha água e comida. Por esse motivo, resolveram pedir-lhe ajuda. Primeiro, foi
D. Galinha, com seus pintinhos:
- Senhor Papa-Moscas, meus filhotes e eu não temos mais
bichinhos para comer nem água para beber. O senhor poderia nos emprestar um
pouco de sua comida e da sua água. Quando voltarem as chuvas, nós lhe
devolveremos tudo. Por favor, se o senhor não nos ajudar, meus filhinhos
morrerão de fome e sede!
- Sinto muito, D. Galinha, mas é impossível. Imagine, dez
pintinhos comem muito. Se eu for alimentá-los, ficarei sem comida para mim. Nem
pense nisso.
Depois vieram os peixinhos:
- Papa-Moscas, veja como está o nosso lago; um monte de
lama. Se continuarmos bebendo esse restinho de água suja ficaremos doentes. Por
favor, deixe-nos beber daquela água que você tem guardada. Quando o lago voltar
a ser limpo, nós lhe devolveremos.
- Impossível! Aquela água chega só para mim, e vocês bebem
água a valer. Ficarei sem nada! Gostaria de ajudá-los, mas não posso.
Assim, foram chegando todos os bichos: as borboletas, os pardais, os sabiás,
vieram todos. E a todos Papa-Moscas disse não. Ele não precisava de ninguém.
Porque os outros não faziam como ele? Os bichinhos, temendo morrer de fome e sede,
resolveram ir-se embora daquele lugar, até que voltasse o tempo de chuvas. Um a
um, foram tomando seu caminho. Os peixinhos entraram no riacho, à procura do
rio. D. Galinha seguiu estrada, com seus dez filhos. Os passarinhos e as
borboletas voaram em outras direções. Todos abandonaram com tristeza seus
ninhos e casas.
Todos estavam preocupados com a chuva, que não vinha. Papa-Moscas, porem,
continuou a sua vidinha, muito tranquilo. Cantava, tocava sua violinha, comia
tudo, como sempre.
Um belo dia, porem, o céu, tão azulzinho, ficou preto de
repente. Ficou cheio de nuvens pesadas. Trovões e relâmpagos, a cada instante,
cortavam o céu, e o vento forte começou a fazer tudo voar.
O
sapato de Papa-Moscas começou a balançar perigosamente, mas ele nem notava.
Estava feliz da vida, porque ia chover:
- Viva! Viva a chuva! Água limpinha!
Uns pingos enormes começaram a cair, primeiro devagarinho,
depois com força, e cada vez mais fortes, até se transformarem numa terrível
tempestade. O aguaceiro que corria pelo chão começou a carregar o sapato de Papa-Moscas,
até que o fez bater numa pedra e virar.
Papa-Moscas virou junto e caiu no chão,
batendo com a cabeça na pedra. A chuva e o vento, os trovões e os relâmpagos, e
a batida na testa, tudo isso junto deixou Papa-Moscas apavorado.
A testa lhe doía, e dela escorria um fiozinho de sangue.
- Socorro! Socorro! Estou ferido! Vou morrer se não me ajudarem!
Mas, não havia ninguém por ali, todos haviam fugido. Papa-Moscas estava ferido
e abandonado! E ele continuava gritando, aflito, quando vocês nem imaginam!
Nisso ouviu-se uma voz que dizia:
- Calma seu Papa-Moscas! Calma, eu estou aqui. Vou ajudá-lo.
Quem seria?
Papa-moscas ficou com mais medo ainda! Vocês são capazes de adivinhar quem era?
Era D. Tartaruga! Ela
morava escondidinha num buraco, protegida por umas pedras. Tinha também seu
guarda-comida e sua água, por isso não fugira com a seca.
- Vou ajudá-lo, Papa-Moscas; não se assuste. Venha para
minha casa.
E a Papa-Moscas foi para casa da D. Tartaruga.
Ela fez curativo no ferimento, que não passava de um esfolãozinho, deu-lhe
comida, e arranjou uma boa caminha.
O sapo ficou na casa de D. Tartaruga durante muito tempo, até que voltasse a
primavera. Depois de Ter agradecido muito a gentileza e o carinho de D.
Tartaruga, tratou de arranjar uma outra casa (lembram-se que a enxurrada havia
carregado o sapato?).
Papa-Moscas estava envergonhado. Ele, que negara até comida àqueles pobres
pintinhos, tinha sido bem cuidado por D. Tartaruga. Quanta generosidade!
Quando os vizinhos voltaram para suas casas e seus ninhos, tiveram uma
surpresa. Sabem o que era? Era o nosso Papa-Moscas, morando à beira do lago,
dentro de uma enorme bota! E mais, o próprio sapo estava à porta, dizendo aos
que voltaram:
- Salve amigos! Sejam bem vindos! Venham para cá, vamos
fazer uma linda festa!
Todos foram entrando na bota, e fizeram a
festa mais bonita que já houve naquela redondeza.
E a Papa-Moscas deixou de ser egoísta.
ilustrações: recortes trabalhadas com fotos da web by Patricia Simões
Atividades: ilustrar a história
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