Educar é saber amar

O melhor presente

Mais uma história do livro: "Escuta, meu filho!"

(...)
"Dona clara iniciou a bela história da noite para a netinha adorada, que era toda ouvidos.
-Certa feita, Jesus saíra na companhia dos discípulos para uma viagem longa. Iriam a várias cidades da Judeia.
O nome do Mestre era falado de boca em boca. não havia uma só pessoa naquelas paragens que não conhecesse a fama das coisas maravilhosas que Jesus operava.
As crianças conheciam-No através do entusiasmo dos pais e estavam sempre buscando a companhia do Mestre Amado.

Por onde passava havia sempre meninos para festejá-lo alegremente.
Naquela excursão realizada por Jesus, teve Ele bonitas surpresas.
Numa tarde, quando deixara as portas de Jerusalém e atingira um campo bem cuidado, um grupo de meninos foi a Seu encontro. Um deles falou:

-Senhor, somos filhos dos humildes campônios que cuidam destas lavouras. Ouvimos falar no vosso Nome e há muitos dias aguardamos a vossa passagem por aqui, pois recebemos a visita de um vizinho que nos deu a grata nova de vossa presença em Jerusalém. A bondade de nossos pais permitiu-nos assinalar o grande acontecimento. Cada um de nós deseja depor nas vossas mãos um presentinho...

Assim falando, o belo menino de olhos e cabelos negros, aproximou-se do Mestre e entregou-Lhe um feixe de trigos maduros. Outro menino ofereceu uma cesta de bonitas tâmaras a Jesus.




Um outro menorzinho adiantou-se, timidamente, e colocou aos pés do Messias um vaso de suco de uvas.
suco de uva
Uma criança que permanecera á distância também veio ao encontro do Cristo, mas trouxera as mãos vazias.
De repente, o primeiro menino aborda-o:
-Que vergonha, Davi! Nada trazes para o Mestre...
-Nada tenho para oferecer - respondeu o interpelado, baixando a cabeça, acabrunhadíssimo.

Jesus, então, aproximou-se do garoto, acariciou-lhe os cabelos anelados e levantou-lhe  carinhosamente o queixinho, dizendo:
-Não fique triste. Porque dos quatro tu foste o que me brindaste com o melhor presente...


E ante os olhares cheios de surpresa dos demais, o Mestre explicou:
- O menino que me trouxe estas formosas espigas exigiu de seu pai uma parte que não merecia. Desde o preparo da terra até as tarefas do plantio e das limpezas periódicas da lavoura, o progenitor trabalhou sozinho, sem a colaboração do filho, que no final ainda lhe exigiu parte do produto desse trabalho rude e penoso.
trabalhadores lavoura de trigo ás margens do rio Nilo
O mesmo aconteceu ao que me ofereceu estas deliciosas tâmaras. Nunca soube das dificuldades que o pai enfrentou nas longas viagens ao deserto, de onde trazia cargas pesadas de frutas para vender, a fim de garantir a subsistência da família numerosa.

Finalmente, o outro, que me brindou com este vaso de nutritivo e saboroso suco, jamais atendeu aos deveres de cooperação com o progenitor nos pesados trabalhos da vinha.
Nenhum dos três, portanto, tinha o direito de pedir aos pais as dádivas que me trouxeram.

Compreendestes, filhinhos, porque o último me proporcionou o melhor presente? - e a voz macia e sonora do Mestre penetrava os ouvidos infantis, tomados de espanto. Acima do desejo de ser agradável ao viajante, ele pensou na condição de pobre. Refletiu na injustiça junto da mãe viúva, exigindo-lhe algo para o que não contribuíra com o esforço da colaboração.

-Este sim- confirmou Jesus passando as mãos brancas nas faces do menino, num gesto de imensa ternura - este trouxe-me a bela consciência que começa a altear-se, em posição vertical, buscando a compreensão prática da Justiça Eterna.

Os três puseram-se a caminho, cabisbaixos, e apreensivos, e nunca puderam esquecer aquela preciosa lição."


Sugestão de atividade:

Fazer um cartão de presente!
Cartão original: Cartão de presente

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